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Atualizado em 31 DE janeiro DE 2017 ás 21:39

Pós-graduação na UFBA adota sistema de cotas

A medida passa a valer a partir do próximo semestre. Serão reservadas vagas para candidatos negros (pretos e pardos), indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e trans (transgêneros, transexuais e travestis)

POR LARISSA SILVA *
silva.larissa1@outlook.com

Pelo menos 30% das vagas para o ingresso nos cursos de pós-graduação stricto sensu – doutorado e mestrado acadêmico e profissional – da Universidade Federal da Bahia (UFBA) passam a ser reservados para o sistema de cotas. A resolução, aprovada no último dia 12 pelo Conselho Acadêmico de Ensino (CAE), vai contemplar estudantes pretos e pardos. Também ofertará uma vaga a mais em relação ao total oferecido nos cursos para candidatos de cada categoria: indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e trans (transgêneros, transexuais e travestis).

A medida entra em vigor a partir do segundo semestre de 2017. Para concorrer a essas vagas, os candidatos deverão se autodeclarar, na inscrição, onde terão que escolher um dos grupos contemplados. Indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência terão que apresentar documentação específica para a matrícula.

Segundo o pró-reitor de Pesquisa, Criação e Inovação da instituição, Olival Freire, a medida afirmativa faz parte da política de inclusão da UFBA. Ele ressalta que esse aumento da diversidade na produção do conhecimento gera uma ciência fortalecida com o acréscimo de “outros interesses, olhares e sensibilidades” na comunidade acadêmica.

A produtora cultural e estudante de jornalismo, Bruna Leite, 30, considera a iniciativa importantíssima e tem interesse em concorrer a uma das vagas de mestrado reservadas para negros. “Cotas não são apenas reparação, são representatividade. É a oportunidade dos pretos acessarem espaços antes quase inalcançáveis”, defende.

Mas, de acordo com Freire, somente essa ação afirmativa não é suficiente. “É preciso ainda criar condições de permanência desses estudantes”, aponta. Esses subsídios, para ele, variam desde a ampliação do número de bolsas até a garantia do bom funcionamento das instâncias universitárias, como a biblioteca.

* Estudante do curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação da UFBA e repórter da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura

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