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Atualizado em 11 DE outubro DE 2012 ás 19:28

Redes ou estruturas sociais?

Durante a primeira conferência do SIMSOCIAL 2012, a pesquisadora Raquel Recuero (UCPel) defendeu que utilizamos marcas da oralidade nas redes sociais, estabelecidas por convenção, para nos comunicarmos.

POR EDVAN LESSA*
lessaedvan@gmail.com

Com o tema “Conversação em rede”, a estudiosa da Universidade Católica de Pelotas, Raquel Recuero, conduziu a primeira Conferência do Simpósio de Tecnologias Digitais e Sociabilidade – SIMSOCIAL 2012, na manhã do dia 11 de outubro. Durante a mesa, Recuero falou sobre os seus estudos a respeito das redes sociais online, tratando-as enquanto estruturas da sociedade.

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Segundo a pesquisadora, as redes permitem que a gente se individualize e também crie conexões. Além disso, sites de rede social são associativos ao permitirem que as pessoas adicionem umas as outras, estabelecendo vínculos de amizades que, dificilmente seriam possíveis na vida real. ‘‘Estamos mais próximos das pessoas através do Facebook [por exemplo]. Não há tempo para manter essas conexões [da rede online] fora [dela]’’, refletiu.

“A sociologia já estuda a rede há algum tempo”. Para Raquel Recuero, as reflexões sobre as redes online, sim, são novas. Ela diferenciou os chamados “‘atores”, exemplificando que, ao criar um perfil em uma rede social, o indivíduo passa a ser uma representação de si mesmo ou de alguma coisa.

A Conversação em Rede – Contemplando o tema que é título do seu livro A conversação em Rede (Ed. Sulina, 2012), Recuero qualificou as redes sociais como complexas, destacando que existem até seis graus de separação entre as pessoas online.

Pesquisadora Raquel Recuero (UCPel) durante a primeira conferência do SIMSOCIAL 2012. Foto: Matheus Pirajá

Pesquisadora Raquel Recuero (UCPel) durante a primeira conferência do SIMSOCIAL 2012. Foto: Matheus Pirajá

Os sites de rede social impactaram profundamente as formas de conversar, tal como apontou Raquel. ‘‘A linguagem no ciberespaço é híbrida, oralizada, convencional e com restrições em grupos”. Ela explica que a conversação é uma espécie de ritual, em que dois falantes realizam trocas. “Qualquer coisa que se faça na conversação offline gera sentido como, gestos, mudança na entonação da voz’’. Diferente do diálogo online, que é estabelecido por uma convenção de signos, como a que instituiu que as onomatopeias ‘‘kkkkk” e “ahauahauahau” representam risadas.

Privacidade na rede – Raquel Recuero concluiu que as redes sociais possuem hiperconexões, e há muito mais gente observando a performance de cada um, do que se imagina. Ela trata a privacidade na rede como algo de responsabilidade pessoal. Por exemplo, ao escrever algo para ser postado na rede online, clicamos no botão publicar para  torna o que quer que seja público.

Segundo a pesquisadora, os rastros deixados na rede são permanentes. A partir das perspectivas da permanência, buscabilidade, replicabilidade e da presença de audiências invisíveis, ela concluiu que, quando publicamos algo em nossos perfis, qualquer um pode tirar um print e replicar o conteúdo para os seus amigos, tornando a informação mais um registro que pode ser resgatado a qualquer momento.

*Edvan Lessa é estudante de Jornalismo da Facom-UFBA e bolsista da Agência de Notícias Ciência e Cultura.

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