Objetivo do encontro é promover a colaboração na realização de pesquisas no Brasil e em países africanos, cujos profissionais podem ser capacitados em instituições brasileiras
Da Fiocruz Bahia
ascom@bahia.fiocruz.br
Pesquisadores africanos e brasileiros se reúnem, em Salvador, no I Seminário Brasil-África de Doença Falciforme da Fiocruz, que acontece nos dias 28 e 29 de outubro, na sede da Fundação Oswaldo Cruz Bahia, no Candeal. O objetivo do encontro é promover a colaboração na realização de pesquisas no Brasil e em países africanos, cujos profissionais podem ser capacitados em instituições brasileiras. Essa proposta se concentra no estímulo à criação de programas de educação e informação que difundam conhecimentos sobre a doença falciforme, visando à obtenção de elementos concretos que proporcionem melhoria na assistência e atendimento de indivíduos com doença.
A inscrição para o evento é gratuita e pode ser realizada no início das atividades do dia 28. A programação do dia 29, entretanto, será direcionada apenas aos pesquisadores convidados, uma vez que serão realizadas reuniões de trabalho entre os grupos de pesquisas participantes do Seminário.
Sobre a Doença Falciforme - A doença falciforme constitui um grupo de doenças que apresentam a participação da hemoglobina S. No Brasil, estas doenças possuem incidência elevada, assumindo importância em nível de Saúde Pública. A doença falciforme é causada por uma modificação no gene, que em vez de produzir a hemoglobina A, produz a hemoglobina S, que faz com que as hemácias adquiram a forma de foice (falcizadas) em ambiente de baixa oxigenação, não exercendo a função de oxigenar o corpo de modo satisfatório.
Como consequência, as pessoas com essa doença apresentam dores intensas, isquemia, necrose, disfunção e danos irreversíveis a tecidos e órgãos, além de uma anemia crônica.
Se uma pessoa recebe um gene do pai e outro da mãe para produzir a hemoglobina S, ela nasce com um par de genes SS e assim terá a doença falciforme. Se receber de um dos pais o gene para hemoglobina S e do outro o gene para hemoglobina A, ela terá o traço falciforme (AS), portanto não precisa de tratamento especializado, mas deve saber que se tiver filhos/filhas com outra pessoa que também herdou o traço, poderá ter uma criança com a doença.
Nas populações do Sul e Sudeste brasileiro, a freqüência de heterozigotos AS na população negróide é cerca de 6%, o que permite estimar o nascimento de homozigotos SS em aproximadamente 0,1%. Na Bahia, vários estudos determinaram freqüência elevada para a HbS, o que se deve principalmente ao grande tráfico de escravos ocorrido nesta região, aliado a elevada miscigenação. Estes dados têm sido reforçados pelos dados obtidos na triagem neonatal, onde o estado da Bahia tem sido apontado como aquele que possui a maior incidência brasileira da doença.
Programação completa do evento.
Fontes para entrevistas:
- Dra. Marilda Gonçalves (presidente do Evento e pesquisadora da Fiocruz, onde atua nas linhas de pesquisa sobre Biologia Molecular e Bioquímica Aplicadas a Patologias, Biotecnologia e Meio-Ambiente; Biopatologia e Patologia e Biologia Molecular das Doenças Infecciosas, Parasitárias e Genéticas)
- Dra. Isa Lyra (pediatra do Hospital Universitário Professor Edgard Santos)
Em Salvador quando um doente facilforme, que não tem
plano de saúde,tem uma crise forte,qual é o hospital
público do SUS que oficialmente atende, e interna este
doente.Porque o Hemoba não interna,o HUPES da
UFBA,também não interna.O HGE, e o Hospital Rober-
to Santos,também são responsáveis por isto!
PARABENS PELO BELO TRABALHO ,QUE TANTO DEVE SER DIVULGADO