Evento realizado pelo BI de Ciência e Tecnologia acontece até o dia 14 de maio, no PAF III da Ufba, em Ondina
JOSENILDO MOREIRA*
SÉRGIO LOUREIRO*
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Para quê e para quem serve a ciência e a tecnologia? É a partir deste questionamento que o I Seminário do BIC&T foi produzido pelo centro acadêmico do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, juntamente com o colegiado do curso, e ocorrerá entre 11 e 14 de maio, no auditório do PAF III da Universidade Federal da Bahia (Ufba), às 18h30. O evento busca compreender a incoerência que há nos avanços científicos e tecnológicos, sem que estas interfiram diretamente na qualidade de vida da sociedade. A mesa de abertura foi composta pelo pró-reitor de Pesquisa, Ciência e Inovação da Ufba, Olival Freire, o representante do Sindicato dos Engenheiros da Bahia, Allan Yukio Hayama, e o coordenador do Núcleo de Inovação da Ufba, Paulo Gomes.
O pró-reitor Olival Freire, contou que aceitou imediatamente o convite para a mesa, pois considera o BI uma experiência recente e com a tradição de reflexão crítica em consolidação, ou seja, um cenário distinto de cursos tradicionais como Medicina e Direito. Em relação ao tema do seminário, ressaltou que “todos esses avanços trazem consigo uma ambivalência, e por isso, cientistas, engenheiros e técnicos precisam discutir sobre que ramo da ciência deve ser desenvolvido.”
Para o pesquisador Paulo Gomes, o seminário é importante, pois permite discutir qual a serventia efetiva na sociedade da ciência e tecnologia, ao impedir, desse modo, que os estudantes virem apenas operários de nível superior. E quanto aos dilemas das empresas na atualidade, explica que “o medo das grandes corporações não são os concorrentes tradicionais, mas sim a necessidade de descobrir de onde surgirá a nova tecnologia que ultrapassará a deles”. Já Allan Hayama afirmou que os avanços trazidos são notórios no cotidiano, porém precisa-se estabelecer qual tipo de tecnologia é primordial para as pessoas, pois tem surgir para facilitar o dia-a-dia dos consumidores.
Ingrid Pereira, estudante do 5º semestre do BI de Ciências e Tecnologia e responsável pelo evento, afirma que a proposta é questionar o para quê e o para quem que as ferramentas tecnológicas foram desenvolvidas. “Há um sentimento de que precisamos de uma ciência que seja mais pautada na realidade social, no cotidiano, que atenda aos interesses populares, argumentou. ”, afirma Ingrid.
Ingrid conta que a ideia é que esse seminário ocorra semestralmente, sendo essa a primeira edição. O colegiado do BI de Ciências e Tecnologia já está com o intuito de, no próximo semestre, acrescentar o evento no calendário acadêmico do IHAC. “A ideia é se debruçar sobre o que significa o nosso curso, pois existe esse mito da neutralidade da ciência e do desenvolvimento tecnológico, e de que este desenvolvimento tecno-científico ocorre sem a interferência de interesses políticos e pessoais”, afirma.
Por fim, Laís Alves, estudante do 7º semestre do BI de Ciência e Tecnologia, esteve presente no seminário e contou que esse tipo de palestra é uma boa iniciativa, inclusive pela carência que os alunos do BI Ciência e Tecnologia têm em eventos desse gênero. “Este seminário é importante para direcionar profissionalmente os alunos do curso, principalmente os que entram no BI e não sabem nem do que o curso se trata”, afirma. Laís ainda chama a atenção para a temática da palestra, que, para ela “não são temas só para estudantes do BI, são temas que atraem alunos de outros cursos, e isso é importante”.
*Graduandos do curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, na Universidade Federal da Bahia, e bolsista da Agência de Notícias em C,T&I-Ciência e Cultura.