Quinze minutos diários ao sol é o bastante para absorção de nutrientes. Pessoas de pele escura podem se expor por mais tempo
Por Mariana Alcântara
alcmariana@hotmail.com
A maior “fonte” de vitamina D é mesmo o Sol (ver infográfico). O recomendado pelos especialistas é que o tempo de exposição aos raios UV deve ser controlado. Bastam dez a quinze minutos de exposição solar por dia para pessoas de pele branca – ou mais para quem tem pele mais escura – ou a ingestão de suplementos.
Pessoas de pele negra têm mais dificuldade para sintetizar o nutriente. Culpa da melanina, substância que dá coloração ao tecido e bloqueia a ação dos raios ultravioleta — que, no caso, é mais que bem-vinda.
Isso não quer dizer que, em princípio, quanto mais escura a pele maior deva ser o tempo de exposição. Até que se prove o contrário, valem os mesmos 15 minutos. Para essas pessoas, o médico deveria pedir um exame de sangue para verificar as taxas do nutriente no organismo.
A dermatologista Melba Diniz alerta para o excesso dos banhos de sol. “Sem os devidos cuidados, como o uso de filtros solares, a pessoa pode desenvolver o melanoma (câncer de pele)”, informa. “Numa cidade como Salvador, as pessoas deveriam fazer visitas frequentes ao dermatologista, como uma medida de prevenção desse e outros males à pele”, completa.
Apesar de ser um nutriente essencial para a saúde humana, a vitamina D não está presente na maioria das comidas. A substância pode ser encontrada em um grupo reduzido de alimentos como o salmão, sardinhas, óleo de fígado de bacalhau e alimentos fortificados como o leite e alguns tipos de cereais.
Suplementação para idosos - A deficiência da vitamina D nos idosos também pode acarretar problemas ósseos, por causa da falta de absorção do cálcio no organismo. Além disso, doenças auto-imunes, infecções repetidas, esclerose múltipla, entre outros, também são exemplos de enfermidades resultantes da falta do nutriente em quantidade necessária para que o corpo humano funcione em sua plenitude.
O engenheiro Aurélio Aragão, de 64 anos, sofre de uma doença auto-imune chamada “miosite por corpúsculo de inclusão”. Por conta disto, costumava sentir fraqueza, dificuldades para subir rampas e escadas. “Foram uns amigos meus que chamaram a atenção para o meu problema ao observar que eu estava mancando. Preocupado, fui a diversos médicos e foi um neurologista quem descobriu a causa desses sintomas. Então, ele me receitou um medicamento corticóide (remédio que contém hormônios em sua composição) e me indicou a realização de pulsoterapia (espécie de quimioterapia reduzida) uma vez por mês”, completa.
“Hoje, tomo 4 mil UI de vitamina D diariamente e posso dizer que me sinto muito mais disposto, durmo um sono reparador, tenho melhor raciocínio e mais disposição para o trabalho”, diz. “Não posso afirmar que curei a doença auto-imune, mas ela vem evoluindo de forma muito lenta. Será que sem a vitamina D eu estaria pior?”, questiona.
Aurélio conta que se sentia fragilizado ao cumprir o tratamento indicado pelo especialista. Os efeitos colaterais eram muitos e lhe faziam mal. “Em uma consulta realizada em setembro de 2003, eu resolvi parar com a medicação. Um ano depois comecei a sentir uma coceira na perna e isto se transformou em úlceras”.
O engenheiro relata que as inflamações na pele o incomodavam muito e que foi um médico amigo que lhe indicou fazer a dosagem de vitamina D e posterior ingestão de 1500 UI diárias da substância. “Com 15 dias eu já apresentava melhoras significativas. No terceiro mês, as erupções estavam completamente cicatrizadas”.
Por indicação médica, Aurélio monitora sistematicamente as funções hepáticas e renais. Exames de sangue são realizados todos os meses para verificar a dose de cálcio, albumina, creatinina e outros indicadores de doenças. A dosagem do nutriente também foi aumentada como uma maneira de testar o combate à miosite.
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