15 mil turistas visitam a Reserva Ecológica da Sapiranga todos os anos. A reserva é equipada com um centro de educação ambiental, mini-museu, biblioteca, cine-floresta, salas de aulas, banheiros, oficina e loja de artesanatos produzidos pelos próprios moradores.
ELENA MARTINEZ E LÍVIA MODESTO*
A Reserva Ecológica da Sapiranga, localizada no município de Mata de São João, a dois quilômetros de Praia do Forte e a 80 quilômetros de Salvador, abriga 600 hectares de Mata Atlântica. O lugar é um santuário ecológico, lar de diversas espécies animais e vegetais, ainda sem uma catalogação definitiva acerca da ocorrência.
Este paraíso ecológico é refúgio para espécies ameaçadas de extinção, como o bicho-preguiça-de-coleira e o ouriço-caxeiro, que, ao que tudo aponta, estão desaparecendo da natureza, por conta da diminuição de áreas propícias à sua habitação. Esses animais dão à luz apenas um filhote por gestação, o que reduz a sua capacidade de povoamento. Além disso, as pesquisas científicas ainda não avançaram significativamente no sentido de desvendar características destas espécies e mecanismos que colaborem para frear o processo de extinção.
Sapiranga é o destino ideal para quem busca fugir da movimentação da cidade e admirar belezas naturais. O silêncio quase faz esquecer a presença humana neste meio, assim como convida à contemplação da possível convivência harmônica do homem com elementos de outra natureza. É o lugar perfeito para quem quer desfrutar de ar puro e curtir o sopro das águas doces.
Dentro da reserva correm três rios: o Rio Pojuca, caudaloso, de águas calmas, excelente para o banho; o Rio Terebu e o Rio Sapiranga, este último tem sua nascente na própria reserva e suas águas atendem ao parâmetro da Portaria nº 518 do Ministério da Saúde para consumo humano. O Rio Terebu é a foz do Rio Sapiranga, origem da cascata que encanta os visitantes da reserva e também compõe um braço de manguezal. Em dado momento, Sapiranga e Terebu se encontram e correm juntos até desaguar no magnífico Rio Pojuca.
Mas quem está pensando que relaxar e livra-se do estresse do trânsito e da rotina puxada no trabalho é a única opção de lazer durante um passeio na Reserva Ecológica da Sapiranga, engana-se. O aprendizado das questões ambientais é o ponto forte deste passeio e as possibilidades de aventura o tornam ainda mais prazeroso.
Uma média de 15 mil turistas visitam a Reserva Ecológica da Sapiranga todos os anos, de acordo com dados da equipe que administra o local. A reserva está equipada com um centro de educação ambiental, mini-museu, biblioteca, cine-floresta, salas de aulas, banheiros, oficina e loja de artesanatos produzidos pelos próprios moradores. Todo o complexo é acessível a pessoas com deficiência. Também estão disponíveis estacionamento e condutores treinados para acompanhar os passeios.
A visita pode ser muito relaxante ou radical. Aos amantes da aventura é indispensável uma descida na tirolesa armada sobre o Rio Pojuca, um passeio de caiaque ou de quadriciclo pelas oito trilhas traçadas em meio à Mata Atlântica.
Percorrendo as trilhas com o quadriciclo ou a pé, sempre na companhia do condutor, os visitantes, normalmente, se rendem às noções de preservação transmitidas durante as oficinas de educação ambiental. A sensibilização destes é essencial para a manutenção do equilíbrio e da sustentabilidade das relações no interior da reserva.
Trilhas da Reserva da Sapiranga - A Trilha da Gameleira possui 30 metros extensão. Seguindo este caminho, o visitante chega a uma grande gameleira, árvore sagrada no Candomblé, que serve de habitat para o bicho-preguiça.
Com 6 km de extensão, a Trilha de Corredeiras ou Tapagem dá acesso às corredeiras do Rio Pojuca, onde se pode admirar uma prática tradicional e singular de pesca para capturar peixes, camarões e pitus. Durante a Trilha das Corredeiras também é possível acompanhar a produção de farinha artesanal, na casa de farinha.
A Trilha das Sete Pontes tem 8 km de extensão e é uma continuidade da Trilha das Corredeiras. As sete pontes são de madeira, utilizadas somente pelos pescadores nativos para coleta do pescado nos jiquis. Esta trilha é utilizada como ponto de contemplação das corredeiras do rio Pojuca, de suas ilhas fluviais e árvores nativas.
Com 1,5 km de extensão, a Trilha das Bromélias leva a um jardim natural de bromélias. Esta trilha é a mais utilizada para soltura de animais silvestres pela equipe do Ibama e é a que apresenta a maior biodiversidade de fauna e flora.
Na Trilha Bica da Sapiranga é possível observar a nascente do Rio Sapiranga, que dá nome à reserva. A trilha tem, aproximadamente, 150 metros de extensão e a água da bica é potável, bastante utilizada pelas comunidades e também pelos visitantes.
A Trilha da Gamboa tem 1 km de extensão e leva o visitante até a Gamboa do Rio Pojuca, local tranquilo e seguro para banho às margens do rio. Esta trilha também permite o acesso à cascata do Rio Terebu e ao manguezal.
Com 1200 metros de extensão, a Trilha da Rolinha é uma homenagem dos moradores a Dona Rola, uma antiga rezadeira da comunidade, já falecida. Esta é a trilha que dá acesso mais rápido ao Rio Pojuca e é a melhor opção para quem quer flagrar um bicho-preguiça, pois a grande quantidade de ingá e embaúba, suas fontes de alimento preferidas, atraem os animais para este trecho.
A Trilha Longa tem aproximadamente 10 km de extensão e, como o nome sugere, é a trilha mais longa da Reserva da Sapiranga. Quem percorre a Trilha Longa percorre também trechos de todas as trilhas descritas acima. O tempo estimado para fazer todo o caminho são seis horas, isso se o visitante não parar de andar. É a melhor opção para quem costumar percorrer grandes distâncias.
Elena Martinez e Livia Modesto são jornalistas especializadas em Jornalismo Cientifico e Tecnológico.
Vi uma reportagem ja quase no final no canal futura e gostaria dr saber se tem como passar dias ou só diaria e quanto cista passar im dia na reserva ?